sábado, 15 de junho de 2013

Os 100 Maiores Artistas da Música Brasileira


Faz algum tempo que mais uma seleção foi feita pela revista Rolling Stone e nela grandes nomes da música brasileira estão reunidos (veja a lista completa). Porém, os apaixonados pela música popular vão procurar nessa lista outros artistas que muito contribuíram para cultura do país e mesmo assim não fazem parte dela. Entretanto, gênios como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Cartola, Noel Rosa (...) foram selecionados e junto a eles, os hermanos Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante.
Essa não foi a única vez em que Camelo e Amarante deixaram seus nomes perto aos de outros artistas renomados, os álbuns “Bloco do Eu Sozinho e “Ventura” são exemplos fortes disso, sendo uns dos melhores da música brasileira.


Leia:
        Bloco do eu Sozinho


São muitos os que conhecem grandes artistas pelo nome, mas o número dos que sabem afundo ou já ouviram, diminui de forma assustadora - principalmente quando se trata de nomes menos populares - grande parte das pessoas não conhecem. Então, baseada nessa seleção, farei um breve relato de alguns que nela estão (não necessariamente na ordem), destacando aquilo que sempre tomei como verdade: Los Hermanos está diretamente ligado à criatividade e riqueza melódica, responsável também por direcionar os fãs/admiradores de seu trabalho a muitas outras personalidades importantes para música.

Tom Jobim e Vinicius de Moraes


Vinicius (o poetinha) foi parceiro de grandes artistas, tais como Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra.
Mas a grande marca para a música popular brasileira seria através da parceria entre ele e Tom.
É difícil destacar as obras e impossível fazer uma homenagem à altura desses dois. A importância de ambos para a cultura brasileira e a influência sobre todas as novas gerações da MPB é incontestável.
A forma com que agregaram a literatura, o teatro, cinema, música... Não deixaram Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim irem juntos às suas datas de falecimento (9 de julho de 1980 e 8 de dezembro de 1994, respectivamente). Pois, permanecerão intactos na história de todas as áreas em que contribuíram.


João Gilberto
e a bossa nova...

A chamada bossa nova, surgida no fim da década de 50, tal como o choro, quase um século antes, não constituiu um gênero de música, mas uma maneira de tocar. (...) surgiu um baiano que se acompanhava ao violão com uma batida de bossa realmente nova. Esse baiano de Juazeiro chamava-se João Gilberto (...) chamava a atenção com improvisos dentro da sua invenção de acordes compactos. (...) seria reconhecido pelo Maestro Antônio Carlos Jobim quando, ao escrever a contracapa do long-playing denominado Chega de Saudade (Odeon MOFB 3 073) – o primeiro com produções estilo bossa nova -, referiu-se a ele dizendo: “Em pouquíssimo tempo influenciou toda a geração de arranjadores, guitarristas, músicos e cantores”.

Trecho extraído do livro: Pequena História da Música Popular, de Jóse Ramos Tinhorão.


Ouçam então a música “Chega de Saudade”, pelo “chorão”: Jacob do Bandolim (que também está na lista dos 100 maiores).



Chico Buarque

ainda na bossa nova...
Saía pela Odeon o compacto simples de João Gilberto trazendo no lado B "Bim bom", de sua autoria, e no lado A "Chega de saudade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que daria nome ao revolucionário LP de 1959. Era a Bossa Nova, estilo que até hoje, 51 anos depois, influencia músicos em todo planeta. Chico era, então, um adolescente.

Nascido no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944, Fracisco Buarque de Hollanda foi o quarto filho dos sete que o historiador Sérgio Buarque de Hollanda teve com Maria Amélia Cesário Alvem. (...)
Embora Chico afirme em diversas entrevistas que a atração pela literatura é anterior ao gosto pela música, um fato chama atenção: antes de partir para Roma, deixou para a avó um bilhete, de uma crueldade ingênua, só permitida às crianças: "Vovó Heloísa. Olhe vozinha não se esqueça de mim. Se quando eu chegar aqui você estiver no céu, lá mesmo veja eu ser um cantor do rádio."
São dessa época suas primeira aventuras musicais .
(...) Na Itália, Chico estudou em escola americana (...) De volta a São Paulo, cursou o colégio Santa Cruz (...) ali escrevia contos e crônicas no jornal escolar Verbâmidas. A experiência levou-o a acreditar que um dia seria escritor. Mas o LP Chega de Saudade adiou esse sonho por alguns anos. A batida inconfundível de João Gilberto, com seus acordes econômicos, o arrebatara para música.
(...) A forma intimista da Bossa Nova, com apenas um banquinho e um violão, sem a necessidade de um vozeirão impostado, facilitava a vida de que desejasse se aventurar por esse caminho.

Trecho extraído do livro: Chico Buarque - Histórias de Canções

Chico é reconhecido por incontáveis músicas, tendo uma obra vasta e parceria com grandes nomes da MPB. É uma verdadeira lenda da música ainda viva.

Deixo aqui uma das músicas mais conhecidas de seu repertório: 

Roda-Viva 
Nome dado a uma peça escrita pelo Chico.
A música obteve o terceiro lugar no III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record (setembro e outubro de 1967).

Assista:


Ouçam também a música "Carolina" (1967), interpretada por Jacob do Bandolim, Elizeth Cardoso e Conjunto Época de Ouro (1968).




Jacob do Bandolim
um dos mestres do Choro!




Noel Rosa
.
Até então o que mais citei foi a famosa "Bossa Nova", mas o que nem todos sabem é que essa existe pelo menos desde o iníio da década de 30 e foi citada pela primeira vez em uma música do sambista Noel Rosa, "Coisas Nossas", leia o trecho:

" O samba, a prontidão
E outras bossas,
São nossas coisas,
São coisas nossas..."

Mas antecedente à então Bossa Nova, é o samba! E de samba Noel Rosa era "bacharel". Esse poeta da Vila Isabel compôs obras imortais, tão belas que não são inerentes a pouca idade e o prazo curto de vida que esse grande gênio teve.
Noel não é assunto pra poucas linhas e é uma ousadia querer resumir toda a história e citar a contribuição que esse malandro deu para a música. Sendo assim, deixo o filme "Noel - O Poeta da Vila", para quem quiser (e eu recomendo) conhecer um pouco mais sobre ele:


E ouçam uns dos sambas que mais aprecio desse grande compositor:

 


E a famosa "Dama do Cabaré". Música que Noel fez para Ceci - poderão conhecer melhor vendo o filme que deixa acima. Essa música que disponibilizei no "soundcloud" fez parte da seleção das "10 canções obrigatórias para entender o samba" (veja aqui). 
Gravada pelo cantor das multidões, Orlando Silva, um dos maiores intérpretes da era do rádio e que está também presente na lista dos ''100 maiores'', merecidamente.  




Mais um também gravado pelo Orlando Silva e dessa vez cantado por Rodrigo Amarante, assistam: 





Ary Barroso



Compositor de sambas maravilhosos, tais como “Aquarela do Brasil” e o polêmico “Foi ela”, lançada em janeiro de 1935. Ary foi acusado de plagiar o tango argentino com essa composição.

Ouçam, interpretada pelo "Rei da Voz", Francisco Alves (outro que também faz parte da seleção dos 100 maiores:




Mário Reis e Francisco Alves

Ouçam um samba gravado pela parceria dos dois:




Agora, na voz de Francisco Alves (Rei da Voz), o samba "Vivo deste amor", de uma das duplas que mais marcaram a música popular brasileira: Bide e Marçal.





Interpretado por Mário Reis e Diabos do Céu, um dos sambas mais belos que já existiram, também da dupla Bide e Marçal. Ouçam o "Agora é Cinza".





Ismael Silva


Esse bamba do Estácio de Sá foi um dos fundadores da primeira escola de samba do Brasil, "Deixa Falar" (1928). Sua importância para a história do samba é incontestável.

Ouçam um samba da parceria de Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves, na voz de Cristina Buarque:





Lupicínio Rodrigues

"No meu enterro não quero ninguém chorando. Não quero isso no meu velório. Quero todo mundo cantando "Se Acaso Você Chegasse". Este pedido, Lupicínio fez à sua esposa, quando pressentiu que teria poucas horas mais de vida."

Ouçam:






Pixinguinha
mestre do choro...


Um dos maiores e mais importantes músicos brasileiros. Pixinguinha é outro difícil de descrever. Em sua homenagem, o dia 23 de abril (seu aniversário) é tido como o dia nacional do choro.  




Além do choro “Naquele Tempo”, deixarei também um “link” para quem quiser conhecer um pouco mais sobre esse grande mestre! Encontrei em um Blog maravilhoso, essas palavras ditas pelo Walter Firmo, fotógrafo que nos deu a foto mais conhecida de Pixinguinha. Vale a pena conferir:
 




Cartola 

divino Cartola...

"Por Toda Minha vida"
Assistam:

11 de outubro - uma das datas mais especiais do nosso calendário. E vale marcar. Foi nesse dia, no ano de 1908 que nasceu Angenor de Oliveira, o nosso CARTOLA!

Ouçam um samba do divino gravado pelo rei da voz:





Nelson Gonçalves

Samba na voz desse boêmio:



Chiquinha Gonzaga 

Matéria feita pelo site "estadao.com.br" no dia 11 de maio de 2012:

"A presidente Dilma Rousseff sancionou ontem lei que cria o Dia Nacional da Música Popular Brasileira, em 17 de outubro. A data foi escolhida por ser o dia do nascimento da pianista e regente Chiquinha Gonzaga (1847-1935), a primeira compositora popular do Brasil."

Agora, por José Ramos Tinhorão, trecho retirado do livro: Pequena História da Música Popular:

"Chiquina Gonzaga – obrigada por necessidade a tocar em bailes populares ao lado de chorões (...) tornaria os seus tangos muito mais aceitos pelo povo, como aconteceu com o maxixe disfarçado de dança no corta-jaca intitulado Gaúcho, de 1897."
Ouçam:






É claro que esses pequenos relatos e músicas que disponibilizei estão de forma muito superficial. Não há como contar grande parte da história desses mestres em poucas linhas, portanto, tudo isso foi feito apenas para mostrar a parte “boa” dessa seleção feita pela revista, onde Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante também estão. É válido ressaltar que outras feras como Nélson Cavaquinho, Adoniran Barbosa, entre outros também fazem parte e merecem um estudo de vocês (não só esses mas também muitos outros que ficaram de fora e espero ter aguçado a curiosidade de alguns para esse lado “esquecido” da MPB). Porém, não haveria espaço e talvez eu me repetiria, deixando o intuito dessa postagem avulso. No entanto, espero também ter ajudado a minha afirmação de como “Los Hermanos” pode nos aproximar de diversas personalidades importantes para a música. Por fim, deixo uma entrevista onde Marcelo Camelo responde uma pergunta referente a isso, se o som da banda aproxima a geração mais nova desses grandes compositores da antiga:
 


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