2012
foi um ano de comemorações: 15 anos de Los Hermanos (leia aqui), que teve como
consequência uma turnê comemorativa. Mas por que pluralizar a comemoração de tal
acontecimento? Explico. Desde 2007 Desde 2010 que os fãs da banda anseiam por uma
apresentação, não só de um, mas deles, todos, juntos; Marcelo Camelo, Rodrigo
Amarante, Rodrigo Barba e Bruno Medina. Todos sabem que a primeira data (2007) que preferi não apagar, foi quando anunciaram o recesso, essa última (da qual por descuido deixei de citar) foi do ano em que reuniram-se para uma "mini-turnê" pelo Nordeste. E tocaram também no SWU em São Paulo. Houve tempo suficiente para decorar
música por música e tempo de sobra para uma nostalgia sem fim. Sabe-se que a
satisfação dos integrantes da banda foi tamanha, pois estiveram juntos no mesmo
palco mais uma vez, relembrando clássicos de seus quatro álbuns e, além disso,
tiveram a belíssima visão de uma multidão cantando, sorrindo e se emocionando
ao vê-los e ouvi-los. Entretanto, a expectativa e satisfação dos que aguardavam
esperançosamente uma possível união dos Hermanos, venceu a alegria dos mesmos majoritariamente.
Quem anunciou esse evento – que de tão esperado,
era também algo difícil de ser visualizado – foi um dos próprios integrantes.
Então, deixo a palavra pra ele.
Em
2012...
ter,
15/11/11 por Bruno Medina
Reconheço que, faz uns bons dias, venho pensando
sobre a melhor maneira de começar a redigir este post que vocês agora leem; e
não era para menos, afinal a mim foi delegada a delicada missão de tornar
pública uma notícia que com certeza deixará muitos queixos caídos por aí, a
começar pelo meu próprio. Sim, apesar das circunstâncias me envolverem
diretamente, foi com surpresa que presenciei o encadeamento de uma série de
felizes coincidências, sem as quais nada do que tenho para contar a vocês teria
sido possível. Bom, acho que já fiz suspense o suficiente, portanto hora de
parar de encher linguiça e ir logo ao que importa. É com enorme satisfação, um
certo frio na barriga e a expectativa de despertar alguns sorrisos Brasil afora
que anuncio: 2012 será ano de turnê do Los Hermanos!
É bem verdade que não será, assim, uma daquelas
turnês muito extensas, com meses de duração, mas ao menos uma sequência
considerável de apresentações, que nos darão a chance de mais uma vez estar no
palco juntos, bem como de reencontrar o público de cidades queridas que já
fazem parte de nossa história, algumas das quais há muito não visitávamos. Os
shows vão ocorrer entre abril e maio e coincidirão com o 15o aniversário
de formação da banda. Estamos realmente muito felizes por ter conseguido
viabilizar essa turnê, sobretudo no ano em que comemoramos um evento tão
significativo.
Para quem ficou curioso, prometo em breve trazer
notícias sobre datas e locais das apresentações, assim como dos pontos de venda
dos ingressos. As novidades sairão em primeira mão aqui mesmo no blog, no meu twitter e na página oficial do Los Hermanos no Facebook. Por ora, posso adiantar apenas que em
breve estaremos nas seguintes cidades:
Recife
Fortaleza
Belo Horizonte
Salvador
Brasília
São Paulo
Porto Alegre
Rio de Janeiro
Segue
a lista das respectivas cidades e apresentações:
Além
dessa postagem de divulgação, o Medina prosseguiu com muitas outras sobre o mesmo tema.
Deixarei trechos de algumas e o “link” para ler cada uma delas. É só clicar:
seg, 23/04/12
“Apesar
destes 15 anos de estrada, e de tantas sensações indescritíveis já
experimentadas junto à banda, confesso que nada do que vivi profissionalmente
poderia ter me preparado paras estes primeiros momentos de turnê. Antes de
disparar os acordes iniciais de “Além do que se vê” na sexta passada em Recife,
meu estado de espírito na coxia do palco não se afastava muito do que acomete
uma noiva preste a entrar na igreja. Sim, eu fiquei nervoso pra cacete. Também,
pudera, a responsabilidade era enorme; a ocasião, dentre outras tantas coisas,
conciliaria a celebração da trajetória do Los Hermanos, a vigésima edição do
Abril pro Rock (com direito a quebra de recorde de público do festival,
inclusive), e, como se ainda não bastasse, o repertório mais extenso já
apresentado pela banda, composto não só por músicas pouco assíduas em nossos
set lists como também por duas inéditas.
O
público pernambucano, como sempre, cumpriu com maestria seu papel nessa
histórica noite, provando ter sido acertada a decisão de escolher o querido
estado como ponto de partida para essa emblemática série de shows.”
Nessa
próxima, foi quando Medina publicou em seu Blog textos e fotos enviadas por alguns fãs:
seg,
14/05/12
"Desde
que escrevi o último post, fiquei me batendo com a ideia de que seria bastante
interessante utilizar o blog como um espaço para agrupar e transformar os
relatos sobre a turnê do Los Hermanos numa experiência menos unilateral, e, por
isso mesmo, mais fiel ao que tem se dado nestes shows. Claro que muitas pessoas
dividem comigo -seja através de e-mail ou a partir das redes sociais- suas
histórias, impressões e sensações a respeito das apresentações que temos feito,
mas, ainda assim, tratam-se de visões parciais, pouco representativas do todo.
Assim
sendo, esta semana resolvi propor algo diferente; dessa vez vou deixar de lado
o blá, blá, blá habitual e preservar minha já escassa coleção de adjetivos,
transferindo a você a responsabilidade de dizer ao mundo como realmente foram
estas noites: tomando por referência os shows do final de semana passado, em
São Paulo (quinta-feira, dia 10) e em Porto Alegre (sábado, dia 12)."
E
a última - do dia 07, quando a turnê já havia chegado ao fim – deixarei completa.
Tudo que o Medina relatou foi de grande importância para os fãs, tenham esses
podido comparecer aos Shows ou não. De uma forma ou de outra TODOS vibraram com
a volta rápida, o reencontro dos Hermanos. Logo, a experiência vivida por um
deles lá em cima do palco, vale a pena ser lida (e relida, relida...):
qui,
07/06/12
“E aí, fãs do
Los Hermanos, planos já pra 2012?”, foi assim que, há mais ou menos 6 meses,
tornei pública no meu perfil de Twitter a notícia de que a banda iria se reunir novamente.
De lá pra cá, enquanto os queixos caídos de alguns teimavam em não voltar para
o devido lugar, e outros tantos ocupavam-se de especular sobre os reais motivos
deste inesperado retorno aos palcos (o meu preferido é “aluguel atrasado”), uma
turma obstinada – capitaneada por Simon Fuller e Alex Werner – trabalhava
sem descanso, em vista de alcançar um feito em tanto: realizar 24 eventos de
grande porte, espalhados por todas as partes do Brasil, em menos de 50 dias. A
dimensão do desafio tornou-se evidente uns 2 meses depois, quando o período de
venda de ingressos foi iniciado. Ali mesmo, em meados de janeiro,
aproximadamente 50% dos shows tiveram sua lotação esgotada. Novas datas
surgiram, sendo novas cidades adicionadas ao calendário, e os meses seguintes
foram de ajustes na logística da turnê e de muitas definições: vamos finalmente
lançar os discos em vinil? Como se faz isso? E reeditar camisetas da banda?
Quais? Qual o melhor lugar pra se tocar nessa cidade? Mas e aquele outro, não
rola? Quantos quilômetros esse hotel é distante do local do show? Aquele
amplificador queimado tem jeito ainda? E quem conserta? Entrevista hoje, quem
pode dar? Quantos ensaios faremos? Em que dias?
Falando assim
parece fácil, mas cada uma dessas decisões implica em tantas outras, e,
consequentemente, em muitos, muitos e-mails e telefonemas; e assim, ao poucos,
por uma vez mais, a experiência de vivenciar o Los Hermanos foi se integrando à
rotina de cada um. No dia 20 de abril, quando subimos ao palco do Abril Pro
Rock, ali estavam recuperados todas as convenções, breques e acentuações que
denotam intimidade e conivência, responsáveis por diferenciar uma banda de fato
de um grupo de pessoas que tocam junto. Daí por diante, o que dizer? Acho que
foi em uma matéria de jornal que li um sujeito referir-se negativamente ao show
que havia assistido, sobretudo devido a insistência do público em cantar junto
(e bem alto!) todas as músicas executadas pela banda. Amigo jornalista, ao que
parece, você entendeu tudo errado. Foi ao show do Los Hermanos para ver apenas
a copa das árvores, e por isso deixou de enxergar a floresta. Em cada uma das
24 apresentações que fizemos, o que havia a ser testemunhado não era uma banda
se apresentando para seu público, mas seja lá o que for que se obtém da soma e
da mistura desses dois elementos.
Lá de cima, do
palco, somos não muito mais do que o instrumento que canaliza esse sentimento
cultivado por nossas músicas – em algum momento ao longo dos últimos 15 anos –
e o transforma numa experiência atemporal, sensorial e estritamente coletiva.
Quem já esteve em um de nossos shows sabe bem do que falo, aos demais, restam
os vídeos do Youtube. Imagino que, ao se deparar com estas palavras, o leitor
menos assíduo pode ter a impressão de que estou me gabando. Não estou. Na
verdade não tenho qualquer intenção de colher os louros desse feito, até porque
ele não é nosso, mas sim dos fãs que conquistamos em nossa trajetória. Sem
qualquer traço de demagogia, afirmo: nós fizemos as músicas, o espetáculo, quem
faz são vocês. E, como gosta de dizer o Amarante, com os indicadores em riste
apontados para a plateia, “é impossível se acostumar a isso”. Não tenham
dúvidas de que foram vocês que, em meio a essa verdadeira maratona,
surpreendentemente ainda nos colocaram nas telas das salas de exibição de 21
cidades, para nos tornarmos a primeira banda brasileira a ter um show
transmitido ao vivo, via satélite, para os cinemas.
No próximo
sábado, como muitos devem saber, essa série de shows terá chegado ao fim.
Quando os últimos acordes de “Pierrot” soarem no Festival de Alegre, teremos
nos apresentado para um público superior a 200 mil pessoas nesta turnê, e isso
não é pouca gente. A todos vocês, e aqui falo em nome da banda, nossos mais
sinceros agradecimentos. Foram muitas as histórias que chegaram até nós, de
gente que varou noites na internet para conseguir ingressos, que cruzou enormes
distâncias de busão ou de carona, que se apertou de grana, que brigou com a
família e até largou o emprego, apenas para nos acompanhar. Mais uma vez,
obrigado por tamanha prova de afeto. Uma menção especial também ao Leonardo
Filippo, que esteve com a barriga colada na grade e o entusiasmo inalterado em
todos os shows que fizemos, sem exceção, apesar do cansaço e do insano
cronograma de voos a que se submeteu. Obrigado, claro, as 34 pessoas que
formaram nossa equipe, estas mesmas que fizeram do impossível possível para que
esses shows acontecessem da maneira que foram. Tenham certeza de que todos
vocês foram responsáveis por propiciar a estes quatro velhos amigos de guerra
momentos maravilhosos e inesquecíveis, além de algumas boas histórias a mais
para dividir com os netos algum dia.
Se me permitem
o sacrilégio da automenção, gostaria de terminar esse post reproduzindo um
trecho da entrevista que os leitores deste blog fizeram comigo, pouco antes da
turnê começar, e que sintetiza o que vou levar destes 15 anos que se passaram
até agora:
“Penso que a
banda é como uma casa de praia: por mais que você tenha escolhido outro lugar
para morar e ainda que você só passe ali alguns dias por ano, trata-se do lugar
em que você vai viver os momentos mais felizes da sua vida. Exatamente porque
ali é seu refúgio, e não a sua rotina”.
Que seja
sempre assim, Rodrigo, Marcelo e Barba. Até as próximas férias, estarei por
aqui, escrevendo e sonhando com um tempo perto do mar."
E assim mais
um aniversário foi comemorado, de forma memorável e curiosa, onde os mais
presenteados não foram os aniversariantes e sim os seus fiéis seguidores
hermaníacos.